Hospital Marieta de Itajaí está com UTI lotada

Pacientes começam a ser transferidos para outros hospitais

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O Hospital Marieta Konder Bornhausen, de Itajaí, chegou ao limite máximo da ocupação dos leitos e Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Nesta segunda-feira (25), todos os 15 leitos do SUS reservados para casos de covid-19 estão ocupados. A informação foi publicada pela colunista Dagmara Spautz, da NSC. Segundo a direção clínica do hospital, para acomodar pacientes, outros três leitos precisaram ser utilizados. Esses lugares não estão credenciados pelo SUS. No momento há duas vagas disponíveis na UTI, sem credenciamento. A situação levou a Secretaria de Estado da Saúde a transferir dois pacientes de Itajaí para o Hospital Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú. Mas a situação, ali, tampouco é confortável.

A secretária de Saúde, Andressa Haddad, diz que há 10 pacientes com coronavírus internados na UTI no momento – o que corresponde a 50% de ocupação. Mas ela alerta que, com as transferências, a situação “pode piorar a qualquer momento”. A região está entre as que têm menos leitos de UTI em Santa Catarina, junto com a Serra e o Planalto Norte. Das três, é a mais populosa, com mais de 700 mil habitantes. São apenas 59 leitos de UTI no total, contando hospitais públicos e privados. Em março, o Governo do Estado anunciou a abertura de um hospital de campanha, com 200 leitos, que ocuparia o Centreventos de Itajaí. Com o contrato cercado de suspeitas, o hospital virou fumaça. Outros 100 leitos estavam previstos para o Hospital Marieta – parte deles, no Complexo Madre Teresa, novo edifício do hospital que começou a ser construído no governo Raimundo Colombo (PSD), e ainda não foi entregue. O então secretário de Estado da Saúde, Helton Zeferino, disse que seriam disponibilizados dois andares do prédio para a instalação de 60 leitos. Quase três meses depois, isso não ocorreu.

Na última sexta-feira (22), a prefeitura de Itajaí enviou um ofício ao Governo de SC cobrando o aumento imediato de leitos de UTI no Hospital Marieta para enfrentar a pandemia. O município pede que o Estado estabeleça prazos para a implantação de novos leitos. Uma ação do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) cobra na Justiça resposta do Estado às ações previstas para equipar a rede de assistência de saúde da Foz do Itajaí-Açu para enfrentar a pandemia. O Estado ofereceu 10 novos leitos para o Ruth Cardoso e 30 para o Marieta. O hospital de Balneário Camboriú informou que não tem espaço para a instalação dos novos leitos propostos pelo Estado. A Secretaria de Saúde, então, propôs aumentar para 40 a quantidade de novos leitos de UTI no Marieta – o hospital informou, no entanto, que só conseguiria absorver 30 no prédio atual. Nesta segunda-feira (25), o promotor Álvaro Pereira Oliveira Melo, da 6ª Promotoria de Justiça de Balneário Camboriú, pediu esclarecimentos aos hospitais sobre a oferta, e ao Estado sobre os prazos para instalação dos novos leitos e a transferência de pacientes da região.

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