Vigilante está entre os cinco presos por assalto a aeroporto de Blumenau

Em coletiva realizada nesta segunda-feira, Polícia Civil detalhou ação que resultou em roubo de R$ 9,8 milhões e uma pessoa morta

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Pelo menos 15 envolvidos e sete meses de preparação. Esta foi a conclusão que a Polícia Civil chegou após investigações sobre o assalto ao Aeroporto Quero-Quero, em Blumenau, no Vale do Itajaí.

Em março de 2019, R$ 9,8 milhões foram roubados de um avião de transporte de valores em uma ação “planejada como um roteiro de filme”, conforme resumiu o delegado Anselmo Cruz, da Dras/Deic (Divisão de Roubos e Antissequestro da Diretoria de Investigações Criminais).

A entrevista coletiva para falar sobre o assunto ocorreu na sede da Deic, em São José, na manhã desta segunda-feira (13). De acordo com o delegado, as investigação será dividida em mais de uma parte.

O inquérito da Operação Aeroporto 1 deve ser concluído nos próximos dias. Com ele, oito pessoas serão indiciadas. Cinco já estão presas. Uma delas seria o vigilante da empresa de transporte de valores.

O suspeito morava em Blumenau e teria passado informações privilegiadas sobre o trabalho da transportadora. Ele deixou a cidade logo após o crime, mas foi encontrado recentemente pelos agentes.

Quatro são criminosos que atuaram na pista do aeroporto com fuzis contrabandeados AK 47 e com munição calibre .50 – os veículos utilizados no crime também eram blindados.

No crime em Blumenau, uma jovem de 22 anos foi morta e dois vigilantes da empresa de valores foram gravemente feridos. Um deles, inclusive, terá sequelas permanentes.

Ligação com São Paulo
Entre os presos está o responsável por organizar o bando, que é, na maioria, de São Paulo. O líder está detido no estado de origem dele. Eles se mudaram para a região para planejar a ação.

Instalaram-se não só em Blumenau, mas também em Itajaí, Penha e Ilhota.

Segundo o delegado Anselmo Cruz, a Operação Aeroporto 1 trata da conclusão da primeira fase da investigação, em que foram identificadas e indiciadas oito pessoas.

“Esses criminosos são responsáveis pelos maiores assaltos no Brasil nos últimos anos. São criminosos interestaduais e até com atuação internacional (Paraguai)”, ressaltou Cruz.

Os crimes em que serão responsabilizados são latrocínio (roubo seguido de morte), tentativas de homicídios contra dois vigilantes, associação criminosa, posse de material explosivo, porte de armamento pesado.

“Estamos falando de 30, 40 anos de prisão”, resumiu o delegado.

A polícia apurou que o dinheiro levado saiu de Santa Catarina e foi para São Paulo. Na fuga, os bandidos usaram uma ambulância e um caminhão de lixo para levar o dinheiro e o armamento.

O mesmo bando também agiu em um assalto no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). Nos próximos dias, um novo inquérito policial será aberto pela DEIC para apurar o envolvimento das demais pessoas.

“É possível que tenha indivíduos que tenham participado da mesma ação (assalto aos aeroportos de Guarulhos, Blumenau e Campinas), porém, quem montou a ação criminosa em Guarulhos não é o mesmo que organizou em Campinas e nem em Blumenau”, esclareceu Cruz.

Planejamento criminoso
Segundo as investigações, a quadrilha gastou cerca de R$ 800 mil para realizar o roubo. Com esse dinheiro pagaram aluguéis de casas, comida, crédito para celular e compraram duas caminhonetes blindadas que foram utilizadas na invasão ao aeroporto, um Fiat Fiorino e uma ambulância usados na fuga e um caminhão de lixo.

Estes dois últimos foram adquiridos em São Paulo. Antes de chegar no Sudeste, os ladrões saíram de Blumenau e trocaram de veículo em Itajaí, onde toda a quantia e armas foram colocadas em um caminhão de lixo.

“Como nenhum dos envolvidos possui trabalho formal, provavelmente esses R$ 800 mil são oriundos de outros crimes”, detalhou o delegado.

Relações com outros assaltos
Sobre outros roubos a instituições bancárias ocorridos em Santa Catarina nos últimos meses, como o de Apiúna, no Alto Vale do Itajaí e no bairro Itoupava Central, em Blumenau, o delegado acredita não haver relação:

“Cada assalto em Santa Catarina foi de um grupo criminoso diferente”, garantiu.

*Com informações da NDTV

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