Santa Catarina apresenta queda de 24% na realização de exames de mamografia realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O número foi obtido pela LifesHub, empresa sediada em Florianópolis e especializada em inteligência de dados para o setor de saúde, a partir de informações fornecidas pelo Ministério da Saúde.
A ideia é dimensionar a atual capacidade do serviço de saúde em Santa Catarina com a análise da distribuição de equipamentos mamógrafos em utilização no Estado, fornecendo, também, dados sobre o volume de exames realizados e de mortalidade devido à evolução da doença.
O câncer de mama é o mais incidente no Brasil em mulheres de todas as regiões, excluindo os tumores de pele não melanoma, com taxas mais elevadas nas regiões Sul e Sudeste.
De acordo com dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), foram estimados para este ano, 66.280 novos casos no país, o que representa uma incidência de 43,74 casos por 100 mil mulheres em 2022.
Em Santa Catarina, porém, a taxa de incidência é ainda mais alta e estima-se em torno de 93,05 casos de neoplasia mamária para cada 100 mil mulheres catarinenses, cerca de 3.300 novos casos diagnosticados, ficando atrás apenas do Estado do Rio de Janeiro.
Realização de exames de mamografia
O diagnóstico de câncer de mama é raro em mulheres jovens e sua incidência aumenta tornando-se mais frequente a partir dos 50 anos, por isso a preocupação em garantir a realização de exames preventivos especialmente em mulheres a partir desta idade, para que alterações possam ser percebidas o quanto antes, aumentando as chances de tratamento.
Ao todo, no primeiro semestre de 2022 já foram realizadas em Santa Catarina 65.219 mamografias através do SUS (Sistema Único de Saúde).
Entretanto, números consolidados da realização de exames diagnósticos demonstram que houve uma queda de 24% na busca do procedimento por parte da população catarinense comparando a quantidade de mamografias realizadas em 2018 e 2021.
É possível que a queda se justifique pelo afastamento devido à pandemia de Covid-19, porém se torna evidente a defasagem na prevenção, diagnóstico e tratamento da doença durante o período.
Atualmente, Santa Catarina possui 256 equipamentos de mamografia distribuídos entre os municípios do Estado e 24 habilitados para a assistência especializada e integral aos pacientes com câncer.
Incidência de Câncer de Mama e Taxas de mortalidade em SC
De acordo com o estudo realizado pela healthtech catarinense, no ano passado 1.403 mulheres foram internadas para tratamento de câncer de mama em Santa Catarina, correspondendo a 14,6% das internações por neoplasias, com uma taxa de óbito de 8%.
Em 2022, no período de janeiro a julho, 739 mulheres deram entrada a algum tratamento para neoplasias mamárias, com uma taxa de óbito de 8,8%.
Na tabela abaixo são apresentados dados sobre a taxa de mortalidade devido ao câncer de mama em Santa Catarina:
Para o médico Ademar Paes Júnior, sócio-fundador da LifesHub, campanhas como o Outubro Rosa são especialmente importantes neste período pós-pandêmico, pois relembram a população sobre a importância da retomada de ações preventivas para a saúde das mulheres.
Entretanto, gestores de saúde pública e privada também precisam avaliar onde estão as lacunas do trabalho preventivo, considerando que há uma demanda reprimida dos últimos dois anos e que os investimentos devem ser direcionados de maneira estratégica para ações que realmente melhorem o acesso das mulheres aos recursos preventivos.
“Sabemos que os recursos disponíveis para a saúde pública são limitados e isso só aumenta a importância da tomada de decisão estratégica, direcionando investimentos de forma assertiva para a promoção e prevenção em saúde. Por esse motivo, cruzamentos de dados como estes que realizamos tornam-se indispensáveis para que as ações sejam baseadas em fatos e dados que demonstrem a real necessidade da população”, complementa Ademar.
Por ND+