Russos ampliam ataques e tomam Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia

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Bombardeios russos continuam na Ucrânia e já mataram pelo menos 21 pessoas apenas em Kharkiv – Foto: Sergey Bobok/AFP/ND

As tropas russas tomaram a cidade de Kherson, um ponto estratégico entre a Crimeia, dominada pelo Kremlin e o sul da Ucrânia e aumentaram o cerco à capital da Ucrânia, Kiev.

Eles devem intensificar ação militar para tomar a cidade. O controle de Kherson, de 300 mil habitantes, possibilita aos russos ter mais forças para tentar controlar as cidades de Odessa e Mariupol.

Cerca de 10 oficiais russos entraram armados na prefeitura, segundo o prefeito da cidade, Igor Kolykhaev. Eles tinham planos de estabelecer um centro administrativo lá.

Mais bombardeios

Quatro pessoas morreram na cidade de Zhytomyr, após outro registro de bombardeio russo por um míssil de cruzeiro, que aparentemente era direcionado a uma base aérea próxima. Segundo o conselheiro do Ministério Interior, Anton Gerashchenko, uma das vítimas seria uma criança.

Cidade de Kharkiv, na Ucrânia, já mostra os primeiros sinais de guerra – Foto: Michael A. Horowitz/@michaelh992/Divulgação/NDCidade de Kharkiv, na Ucrânia, já mostra os primeiros sinais de guerra – Foto: Michael A. Horowitz/@michaelh992/Divulgação/ND

Relatos da imprensa ucraniana apontam que foram emitidos alertas sobre ataques aéreos durante toda a madrugada em diferentes cidades do país. Os moradores de Kiev, Chernihiv, Sumy, Pyryatyn, Myrhorod e Dnipro foram aconselhados a procurar abrigo.

Postos de atendimento consular

O Itamaraty anunciou nesta quarta (2) a abertura de dois postos de atendimento consular visando “aperfeiçoar os mecanismos emergenciais de assistência aos cidadãos brasileiros que buscam deixar a Ucrânia”.

Os locais vão auxiliar na emissão de documentos de viagem e na “retirada, ordenada e segura”, de brasileiros do território ucraniano.

Um dos postos fica na cidade de Lviv, que faz fronteira com a Polônia, que é para onde os brasileiros estão se dirigindo em grande número. O outro fica localizado em Chisinau, capital da Moldávia. Essa base vai facilitar a assistência aos brasileiros que pretendem sair da Ucrânia pela Romênia.

Casos de emergência

“Por força da deterioração da situação de segurança em Kiev, embaixadas de vários outros países têm igualmente estabelecido missões de apoio fora da capital da Ucrânia, sobretudo em Lviv”, disse o Itamaraty, em nota emitida na noite de terça (1º). “Em casos de emergência, o plantão consular brasileiro pode ser contatado pelo número de telefone +55 61 98260-0610”, acrescentou.

A embaixada em Kiev, na Ucrânia, lembrou o Ministério das Relações Exteriores, continua transmitindo orientações por meio de mensagens no site, na página no Facebook e por um grupo no Telegram.

Sanções contra a Rússia

Os Estados Unidos anunciaram uma ampliação de sanções contra a Rússia. As medidas devem afetar empresas que atuam no setor de Defesa do país.

Joe Biden anuncia retirada de tropas do Afeganistão – Foto: Reprodução/YoutubeJoe Biden anuncia retirada de tropas do Afeganistão – Foto: Reprodução/Youtube

Serão impostas ainda restrições às importações de bens tecnológicos, da Bielorrússia, principal aliado russo e cujo território tem sido usado pelas Forças Armadas da Rússia em ataques contra alvos ucranianos.

As novas sanções incluem o bloqueio de 22 empresas e entidades russas do setor de Defesa, incluindo fabricantes de aeronaves de combate, veículos de combate de infantaria, sistemas de guerra eletrônica, mísseis e veículos aéreos não tripulados.

O presidente norte-americano Joe Biden já havia anunciado na noite de terça (1º) o fechamento do espaço aéreo dos Estados Unidos a aeronaves russas. Assim, são mais de 30 países, incluindo a União Europeia, que já fecharam o espaço aéreo para os russos.

Refugiados

Mais de um milhão de pessoas fugiram da Ucrânia desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro, segundo os dados mais recentes.

A Ucrânia tem fronteira com sete países: Rússia ao norte e leste, Belarus ao norte, Polônia e Eslováquia ao oeste e Romênia, Hungria e Moldávia ao sudoeste.

De acordo com o Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), os dados mais recentes disponíveis nesta quinta (3) mostram que 1.038.583 de pessoas fugiram da Ucrânia para os países vizinhos desde o início da ofensiva russa.

“Em apenas sete dias, vimos o êxodo de um milhão de refugiados da Ucrânia para países vizinhos”, escrevem em uma rede social o alto comissário do ACNUR, Filippo Grandi. “Para milhões de outros, dentro da Ucrânia, é hora das armas caírem para que a assistência humanitária possa chegar e salvar vidas”, acrescentou.

Estes números incluem o território controlado por Kiev, com mais de 37 milhões de habitantes, mas não a península da Crimeia – anexada pela Rússia em 2014 – ou as duas áreas nas mãos de separatistas pró-Moscou no leste do país.

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