O operário Ademir José Ferreira, de 42 anos, que sobreviveu a um deslizamento em Blumenau, no Vale do Itajaí, morreu de parada cardíaca na madrugada desta sexta-feira (3), na casa dele em Indaial.
O deslizamento ocorreu no dia 27 de março, às margens da Via Expressa por causa das obras de um hotel. Outros dois operários morreram no local.
Ferreira ficou soterrado durante 9 horas. Após o resgate, ele chegou a ficar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas já havia voltado para casa e se recuperava de alguns ferimentos.
Nesta madrugada, os bombeiros foram chamados para atendê-lo e tentaram reanimá-lo. Ele foi levado para o hospital, mas não resistiu. Até as 7h, o corpo ainda estava no Instituto Médico Legal (IML).
Investigações
A Polícia Civil abriu inquérito para investigar as causas do deslizamento em uma área de obras. O delegado responsável pelo caso, Juracir Darolt, informou ao G1, que aguarda o laudo pericial e que ainda deve ouvir mais algumas pessoas para concluir as investigações. A previsão é de que encerrem na semana que vem.
Na quinta-feira (2), o delegado ouviu o engenheiro responsável pela execução da obra e o proprietário do empreendimento Hoteleiro Via Expressa.
Ele apurou que as obras estavam sendo realizadas por mais de um empreiteiro e “em partes”, desde a escavação, passando pelos projetos de engenharia e arquitetônico, parte estrutural, cálculo, hidráulica e incêndio.
No momento do deslizamento, operava no local a empreiteira responsável pela escavação e a responsável pela colocação de ferragem e caixaria na execução do muro de contenção, já que os trabalhos estavam no começo.
Acidente
O caso foi registrado às margens da Via Expressa, próximo ao Shopping Park Europeu, no bairro Itoupava Norte. Um grupo de operários trabalhava em uma obra particular de construção de uma barreira de contenção. Três deles não conseguiram sair dos escombros.
Na época, a empresa Empreendimento Hoteleiro Via Expressa Blumenau SPE Ltda, responsável pela obra, disse ainda em nota que, no momento do acidente, era feita a fundação de um muro por parte de empresas especializadas contratadas para isso. Afirmou que os trabalhos eram realizados em conformidade com os projetos e que a obra possui todas as autorizações legais, alvarás e liberações técnicas. Também disse que lamenta o ocorrido.
fonte: G1SC