Homem é condenado a mais de 100 anos de prisão por morte de três irmãs em Santa Catarina

O réu prestou depoimento por pouco mais de 10 minutos e foi sucinto. Argumentou que não lembrava de nada e queria apenas "ir para casa". Sua defesa ainda tentou alegar insanidade mental, não acolhida pela corte. A mãe das vítimas, presente, chegou a passar mal até receber atendimento médico

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Após mais de 15 horas de sessão, o Tribunal do Júri da comarca de Cunha Porã condenou homem acusado de três assassinatos e uma tentativa de homicídio à pena de 101 anos de reclusão, em regime inicialmente fechado, mais indenização de R$ 600 mil em favor das famílias das vítimas. O júri popular, sob a presidência da juíza Janaína Alexandre Linsmeyer Berbigier, da Vara Única de Cunha Porã, foi realizado no auditório do Sicoob, que ficou lotado até a divulgação do veredicto final.

A segurança no local foi reforçada com 18 policiais cedidos pelo Ministério Público, Núcleo de Inteligência e Segurança Institucional do Tribunal de Justiça, Polícia Militar e Departamento de Administração Prisional. Em clima de emoção, foram ouvidas quatro testemunhas, entre elas o pai das vítimas e um policial militar que atendeu a ocorrência no dia do crime. O réu prestou depoimento por pouco mais de 10 minutos e foi sucinto. Argumentou que não lembrava de nada e queria apenas “ir para casa”. Sua defesa ainda tentou alegar insanidade mental, não acolhida pela corte. A mãe das vítimas, presente, chegou a passar mal até receber atendimento médico.

O conselho de sentença, ao final dos debates entre acusação e defesa, aceitou todas as qualificadoras apresentadas pela denúncia: motivo fútil, recurso que dificultou a defesa das vítimas e meio cruel. O crime foi tratado como feminicídio, fato que resultou na majoração da pena. Todas as teses da defesa foram desconsideradas pelos jurados. O réu, que também teve seus bens bloqueados para garantir a execução da sentença na parte pecuniária, saiu do julgamento algemado e direto para a Unidade Prisional Avançada de Maravilha. Cabe recurso da decisão ao Tribunal de Justiça. A defesa do acusado esteve a cargo dos advogados Heronflin Angelo Dallalibera e Adilson Luiz Raimondi.

Na acusação atuou a promotora de justiça Karen Damian Pacheco, com a assistência dos advogados Gustavo Teixeira e Juliana Andreia Bertoldo. Conforme a denúncia do Ministério Público, o réu, após romper relacionamento com uma jovem de 15 anos, com quem chegou a ter um filho, arrombou a porta da casa da família da ex e passou a atacar duas ex-cunhadas e a própria ex-companheira. Com 23, 12 e 15 anos, todas foram mortas com dezenas de golpes de faca. O marido de uma das irmãs também foi agredido. Ele sofreu 17 perfurações que atingiram órgãos vitais como pulmões e estômago. O homem, contudo, fingiu-se de morto e assim conseguiu pedir ajuda ao vizinho, obter socorro médico e garantir sua vida. O crime ocorreu em 27 de fevereiro de 2017.

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