Haitiano é morto após ser empurrado e atropelado em rodovia em SC

Polícia Civil investiga o caso como assassinato. Imagens de câmeras de segurança mostram o crime.

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Kerby Tinge morreu atropelado em São José — Foto: Reprodução/Facebook

A Polícia Civil ainda tenta descobrir quem empurrou o haitiano Kerby Tinge, 32, que morreu atropelado na BR-101, em São José, na Grande Florianópolis. O crime ocorreu na madrugada do dia 3. Na manhã desta segunda (10), a irmã dele foi até o Instituto Médico Legal (IML) reconhecer o corpo.

“Eu estou muito triste pelo meu irmão. Ele não mereceu uma morte assim”, disse. Ela chegou a Florianópolis no domingo (9) e pediu para não ser identificada.

A família tenta viabilizar o translado do corpo para o Haiti. O Centro de Referência e Assistência ao Imigrante (Crai) acompanha a situação. “Os custos são altos, são elevados, e aí fica a cargo da família”, disse Luciano Leite, coordenador do Crai (Centro de Referência de Atendimento ao Imigrante).

A vítima
Kerby deixou um filho de dois anos no Haiti para reconstruir a vida no Brasil. “Ele estava trabalhando aqui para sustentar a família. Ele tem um filho de dois anos e pouco, que ele gostava muito. Daí ficou bem difícil pra eles mesmo”, disse Jean Monfiston, vice-presidente Haibra (Sociedade Beneficente Cultural Brasil Haiti).

Ele morou em Xaxim, no Oeste de Santa Catarina. Até se mudar há 2 anos para Florianópolis, onde passou a cuidar do sobrinho depois que a irmã decidiu voltar para o país natal. Depois da morte do tio, o menino foi levado para um abrigo.

“Ele estava bastante emocionado, foi ele quem fez todo o relato. A gente já sabia do que tinha acontecido e perguntou o que ele queria nos contar. E ele nos contou com riqueza detalhes tudo até o momento em que o tio deixou ele na casa dos outros primos. Pro tio sair, ele ficou sob a responsabilidade dos outros primos”, disse Angela Zavarize, diretora da escola de Aplicação IEE.

Kerby trabalhava como auxiliar de serviços gerais e estudava inglês no Instituto Estadual de Educação, na capital. Na sala da aula, a carteira onde ele sentava permanece vazia. “Era uma pessoa super divertida, era muito engraçado. Estava sempre de bem com a vida, era um aluno bastante estudioso”, disse Julieta Albertina de Medeiros Vieira, professora da vítima.

Investigação
O registro da Polícia Rodoviária Federal (PRF-SC) indica a morte como resultado de um acidente de trânsito. Mas imagens de uma câmera de monitoramento revelam que Kerby foi empurrado e a Polícia Civil passou a investigar como assassinato.

“Pelas imagens dá pra perceber que a vítima foi empurrada e a gente trata como homicídio pela situação em si. Tem que verificar o que aconteceu antes, o que desencadeou aquele empurrão”, falou o delegado Manoel Galeno.

No fim de semana a polícia recebeu novas informações sobre o caso. O delegado responsável pela investigação não deu detalhes, mas informou que vai procurar outras pessoas no entorno do local do atropelamento para esclarecer a morte do haitiano.

“Eu quero justiça para meu irmão. Justiça. E tem que encontrar a pessoa que fez isso, tem que pagar pelo crime. Porque preto, branco, todos são iguais, ninguém é mais que o outro. Tem que achar justiça”, disse Marie.

Fonte: G1 SC

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