Greve de caminhoneiros chega ao 9° dia

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A manifestação dos caminhoneiros contra a alta do preço do diesel chega nesta terça-feira (29) ao nono dia com impactos nas estradas e em diferentes setores como transporte, saúde e educação.

Em Florianópolis e região, em apoio aos atos, a circulação dos ônibus foi interrompida por três horas e retornou com restrições de horários e de frota. Joinville, Blumenau, Chapecó e Criciúma também enfrentam redução nos horários dos coletivos. Seis municípios catarinenses decretaram situação de emergência e um, de calamidade pública, por causa do desabastecimento.

Até 11h, foram registrados mais de cem pontos de atenção nas rodovias estaduais e federais. Manifestantes fizeram um protesto na BR-101, no km 116 e chegaram a interditar totalmente a via sentido Sul, em Itajaí, no Vale, até as 8h.

Veja os principais reflexos da paralisação no estado:

Rodovias

Desde o início da manhã, são mais de cem pontos de manifestação. Nas rodovias estaduais são 86 pontos de atenção às 6h30.

Segundo a Autopista Litoral Sul, por volta das 7h, os pontos de atenção na BR-101 em Santa Catarina foram:

– km 116, em Itajaí: chegou a ficar totalmente fechada no sentido Sul, fluxo de veículos leves segue pela via marginal até as 8h. Os veículos pesados estão sendo direcionados para pátio do posto de combustível, veículos leves no momento seguem trafegando normalmente, não há fila no local.
– km 6 Norte, em Garuva: ponto de atenção, sem interferência no trânsito
– km 25 Norte, em Joinville: ponto de atenção, sem interferência no trânsito
– km 75 Sul, em Araquari: ponto de atenção, sem interferência no trânsito
– km 215 Sul, em Palhoça: ponto de atenção, sem interferência no trânsito

Além das estradas estaduais e da BR-101, há pontos de atenção nas rodovias da região Norte catarinense são:

– BR-116 – Mafra, km 7
– BR-116 – Papanduva, km 54
– BR-116 – Santa Cecília, km 138
– BR-280 – São Francisco do Sul em três pontos: km 3, km 7 e km 10
– BR-280 – Araquari em dois pontos: km 21 e km 40
– BR-280 – Guaramirim em dois pontos: km 50 e km 55
– BR-280 – Jaraguá do Sul, km 65
– BR-280 – São Bento do Sul em dois pontos: km 123, km 111,7 e km 115
– BR-280 – Rio Negrinho, km 136 e km 130
– BR-280 – Canoinhas em dois pontos: km 231 e km 235
– BR-280 – Irineópolis, km 268

Santa Catarina na segunda-feira (28) ficou entre os três estados com maior número de protestos nas estradas. Os outros que lideram são Rio Grande do Sul e Paraná. Os veículos estão estacionados no acostamento e também em postos de combustíveis e não atrapalham o trânsito, apenas caminhões de carga são parados pelos manifestantes.

Transporte público

  • Florianópolis e região: os ônibus pararam a circulação entre das 8h até as 11h para uma assembleia convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Urbano de Passageiros da Região Metropolitana de Florianópolis (Sintraturb). Os motoristas e cobradores decidiram voltar as atividades com restrições e reduções de horários em apoio a greve dos caminhoneiros.
  • Joinville: as linhas de transporte vão ser alteradas nos horários de menor fluxo. O atendimento nos horários de maior demanda de passageiros terá ampliação do tempo de saída dos terminais e estações.
  • Blumenau, Chapecó e Criciúma também enfrentam redução nos horários dos coletivos.

Saúde

Hospitais catarinenses relatam falta de gás de cozinha, combustível, oxigênio, remédios e alimentos. A Secretaria de Estado da Saúde organiza escoltas para que esses materiais cheguem às unidades hospitalares, inclusive privadas e filantrópicas. As unidades de saúde também recebem doações de moradores.

Na rede estadual, os 13 hospitais do estado suspenderam as cirurgias eletivas. Unidades privadas e filantrópicas também estão com dificuldades, segundo a Associação e Federação dos Hospitais e Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos.

  • Hospitais de SC relatam falta de gás, combustível, oxigênio, remédios e alimentos

Aeroportos e portos

Os aeroportos de Florianópolis, Navegantes e Joinville possuem cargas de combustível para operar até quarta-feira (30). Em Chapecó, o aeroporto não tem mais combustível e opera com uma reserva de emergência, exclusiva para aeronaves de urgência da Polícia Civil e dos Bombeiros. Nos outros aeroportos, as operações estão restritas para pousos.

Sem a chegada dos caminhões, os portos de Itapoá e Imbituba não devem ter carga para embarcas nos próximos navios que chegarem nesta terça. Em São Francisco do Sul, segue o carregamento de grãos, mas outros tipos de carga não estão chegando ao porto e há navio parado. Em Itajaí, o pátio está lotado. Em Navegantes, a administração disse que as operações estão normalizadas.

Educação

Escolas estaduais e municipais

Florianópolis, São Francisco do Sul, Palhoça, Rio Negrinho, São Francisco do Sul, Laguna, Tubarão, Lauro Müller, Maracajá e Braço do Norte, Chapecó, Balneário Camboriú e Serra catarinense: as Prefeituras informaram que nesta terça não haverá aulas na rede municipal de ensino.

Grande Florianópolis: as aulas nas escolas estaduais estão suspensas nesta terça-feira (29) , informou a Secretaria de Estado da Saúde. O motivo é a paralisação do transporte coletivo da região, anunciada pelo sindicato dos motoristas e cobradores.

As aulas nas escolas estaduais de outras áreas de Santa Catarina estão mantidas, desde que o deslocamento dos alunos não esteja prejudicado. A lista com as unidades das demais regiões em que não haverá aulas está no site do governo do estado.

  • Aulas e transporte escolar são suspensos na Serra de SC, segundo associação de municípios
  • Aulas na rede estadual da Grande Florianópolis estão suspensas nesta terça, diz secretaria

Universidades

Udesc: as atividades serão retomadas em Joinville e Lages. No entanto, não haverá Não aulas nos centros de ensino de Florianópolis, Laguna, Balneário Camboriú, Ibirama, São Bento do Sul, Chapecó e Pinhalzinho.

UFSC e Univali: a retomada das aulas se dará apenas na próxima segunda (4).

  • Udesc decide retomar aulas em Joinville e Lages, apesar da greve dos caminhoneiros
  • Estudantes da UFSC ficam sem aulas até sexta por causa da greve dos caminhoneiros e feriado prolongado

Alimentos

As Centrais de Abastecimento do Estado de Santa Catarina (Ceasa) em Florianópolis contaram com 2% dos alimentos de um dia normal. E os poucos produtos disponíveis estavam mais de cinco vezes acima do valor. A maioria dos alimentos que ainda chegaram à Ceasa são produzidos na Grande Florianópolis.

Além da Grande Florianópolis, a unidade atende as cidades do Sul, Vale do Itajaí e Serra. Os alimentos disponíveis se resumem nesta segunda a alface, cebolinha e batata doce que são produzidos em municípios próximos à capital e foram transportados em caminhonetes, automóveis ou caminhões que furaram bloqueios de grevistas.

  • Desabastecimento da Ceasa em Florianópolis chega a 98%.

Centros de distribuição

As distribuidoras de Biguaçu, Guaramirim, Itajaí, Lages, Irani e Içara estão com as saídas das carretas com combustíveis sendo feitas após negociações entre o governo estadual com os caminhoneiros e também com a participação de sindicatos. As saídas dos veículos nos locais estão sendo acompanhadas por comboios de segurança de órgãos como Polícia Militar, Exército e Defesa Civil.A Justiça de Santa Catarina determinou na segunda-feira (28) o desbloqueio da entrada da distribuidora de combustível Biguaçu. Pela ordem judicial, caminhoneiros tem 24 horas para sair do local antes que sejam “autorizadas medidas de força policial”, no entanto até esta manhã os manifestantes seguiam no local.

  • Justiça manda tirar manifestantes de entrada de distribuidora de combustível de Biguaçu

Postos de combustível

Na Serra catarinense, a Polícia Militar escoltou caminhões-taque para abastecer pelo menos cinco postos de Lages. O resultado nesta manhã desta terça é de longas filas aos arredores dos estabelecimentos. O limite estabelecido para cada veículo é de 20 litros. Os endereços dos locais não foram divulgados.

Desde a madrugada deste terça, dezenas de motoristas faziam filas em postos de combustíveis de Florianópolis e região para abastecer o carro. No entanto, não há previsão para o reabastecimento dos estabelecimentos. A situação de escassez se repete em outras cidades do estado, que está com os estoques esgotados para a venda direta para o consumidor.

Fila em posto de combustível no Centro de Florianópolis (Foto: Reprodução/ NSC TV)

Fila em posto de combustível no Centro de Florianópolis (Foto: Reprodução/ NSC TV)

Gás

O Sindicato dos Revendedores de Gás de Santa Catarina afirmou que falta gás de cozinha em todas as regiões do estado. As empresas que vendem gás esperam o fim da greve dos caminhoneiros para os estoques serem repostos. Por conta disso, não há expectativa do prazo para o recebimento dos botijões. Com informações G1
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