A declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o governo poderá prorrogar o auxílio emergencial, caso haja uma segunda onda da Covid-19 no Brasil, provocou incômodo dentro da própria equipe econômica, principalmente na ala mais liberal.
“Isso ensejaria um novo orçamento de guerra, o que ensejaria mais dinheiro para estados e municípios, o que ensejaria mais uma bomba para a dívida pública e assim por diante”, disse à CNN sob reserva um secretário da equipe de Guedes de perfil liberal.
Integrantes da equipe econômica relatam nos bastidores sentimento de “frustração” com a dificuldade de avançar na agenda liberal. Essa foi a mesma palavra usada pelo próprio ministro nesta semana para descrever como se sentia por não conseguir privatizar nenhuma estatal.
A declaração de Guedes também não agradou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A avaliação do grupo de Maia foi de que a fala do ministro vai no sentido contrário ao discurso de responsabilidade fiscal que ambos vêm tentando reforçar nos últimos meses.
Com a repercussão negativa, Guedes se movimentou ontem nos bastidores para tentar explicar a fala. A interlocutores e aliados, tentou deixar claro que, embora tenha admitido a possibilidade, não trabalha com a hipótese de segunda onda do coronavírus no Brasil.