O ex-presidente do Flamengo Eduardo Bandeira de Mello foi indiciado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro por homicídio com dolo eventual (quando se assume o risco de matar). Além dele, outras sete pessoas também foram indiciadas. A decisão se refere ao incêndio no Ninho do Urubu, o CT do Flamengo, na zona oeste da cidade, no início de fevereiro. Na ocasião, 10 jogadores da base do clube morreram e outros três ficaram feridos.
O inquérito assinado pelo delegado Márcio Petra considerou que houve uma série de falhas que poderiam ter evitado o incêndio. Dentre os problemas encontrados está estrutura incompatível. Os adolescentes dormiam em contêineres transformados em dormitórios. Também foi considerado falha a ausência de reparos dos aparelhos de ar condicionado instalados no contêiner que incendiou. Foi citada ainda a piora nas condições de alojamento das categorias de base.
O inquérito também apurou que o Flamengo, antes do incêndio, se recusou a assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) proposto pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. O termo previa que fosse regularizada a situação do CT. O clube também não cumpriu Ordem de Interdição efetuada pela Prefeitura.
Ninho do Urubu ficou interditado
O CT Ninho do Urubu chegou a ficar interditado de 27 de fevereiro a 11 de março. O Flamengo, porém, conseguiu liberá-lo após realização de vistorias e a assinatura de um TAC junto ao Corpo de Bombeiros com medidas regularizadoras contra incêndio e pânico.
Jhonata Ventura, Cauan Emanuel e Francisco Dyogo, todos de 15 anos, foram os três feridos que sobreviveram ao incêndio. Os mortos foram Arthur Vinícius, Bernardo Pisetta, Pablo Henrique, Vitor Isaías, Gedson Santos, Áthila Paixão, Christian Esmério, Rykelmo Viana, Jorge Eduardo dos Santos e Samuel Thomas.
Bandeira de Mello ainda não se posicionou sobre a decisão da Polícia Civil de indiciá-lo.
Fonte: ND+
