Confira quem são os 11 presos na Operação Alcatraz da Polícia Federal

Investigação partiu de um relatório do Coaf sobre o descompasso entre a receita bruta de uma empresa que seria de fachada e sua movimentação financeira

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Dinheiro apreendido em Florianópolis nesta quinta-feira – PF/Divulgação/ND

Os sete presos preventivamente pela manhã foram o ex-secretário adjunto de administração do governo do Estado, Nelson Castello Branco Nappi Júnior; a advogada Michelle Oliveira da Silva Guerra; o servidor da Secretaria de Administração, Danilo Pereira; o fundador da empresa Intuitiva Digital Solutions, Maurício Rosa Barbosa, a esposa de Maurício e sócia administradora da Intuitiva Digital Solutions, Flávia Coelho Werlich; o representante da empresa DigitalNet, Fabrício José Florêncio Margarido; e o ex-presidente da Epagri e ex-prefeito de Ituporanga, Luiz Ademir Hessmann.

Entre os presos temporários estão o servidor público da Secretaria de Administração, Luiz Carlos Pereira Maroso; o analista de tecnologia da informação e comunicação da Epagri, Renato deggau; o gerente de projetos da Secretaria de Administração, Edson Nunes Devincenzi; e o gerente de tecnologia da informação e governança eletrônica da Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca, Fábio Lunardi Farias.

Ao menos oito servidores públicos foram afastados de suas funções. São eles: Nelson Castello Branco Nappi Junior, Lúcia de Fátima Garcia, Danilo Pereira, Luiz Carlos Pereira Maroso, Renato Deggau, Edson Nunes Devincenzi, Luiz Ademir Hessmann, e Fábio Lunardi Farias.

A decisão detalha o esquema que teria ocorrido entre agentes públicos, grupos empresarias e empresas fantasmas com influência de políticos. A investigação partiu de um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) sobre o descompasso entre a receita bruta de uma empresa que seria de fachada e sua movimentação financeira.

O sócio principal da empresa fantasma foi chamado a prestar esclarecimentos e acabou confessando que emitia notas frias “a fim de receber pagamento de órgãos públicos e depois de descontada sua parte, incluindo as despesas fiscais, devolver o dinheiro aos agentes públicos”.

Segundo a Polícia Federal, houve fraude em licitações e desvio de recursos públicos ligados a contratos de prestação de serviço de mão de obra terceirizada e do ramo de tecnologia firmados com órgãos do executivo estadual.

A investigação da PF apontou um prejuízo aos cofres públicos, em razão dos ajustes fraudulentos, estimado em cerca de R$ 25 milhões quanto à Secretaria Estadual de Administração e em cerca de R$ 3 milhões em relação à Epagri/SC, ambos em contratos ligados à área de tecnologia.

Além disso, segundo a Receita Federal, são estimados R$ 100 milhões em créditos tributários em nome de diversos contribuintes que participavam do esquema de propina.

Contrapontos
Nelson Castello Branco Nappi Júnior: O advogado dele, Alessandro Abreu, conversou com a reportagem do ND. Ele confirmou que seu cliente está detido na sede da Justiça Federal e que ainda procura se inteirar dos autos para que a defesa possa se manifestar. Como o processo está em segredo de Justiça, os advogados precisaram solicitar acesso para entender o teor da acusação. “Tivemos conhecimento do caso pela imprensa e por meio da coletiva de imprensa concedida pela Polícia Federal”, disse o advogado.

Em nota, a secretaria de Administração do Estado informou que “a investigação abarca contratos firmados em gestões anteriores […] e que até o momento não foi oficialmente notificada sobre o caso”. A secretaria afirmou, ainda, que irá apurar se há contratos firmados que ainda estão em andamento e que deve “avaliar possíveis repercussões administrativas”.
Já a Epagri informou, também em nota, “que foi surpreendida pelas denúncias que remetem a fatos ocorridos entre 2015 e 2017”. “Até o momento, a empresa ou seus atuais dirigentes não foram alvo de nenhum mandado judicial referente a essa investigação”, escreveu.

A Alesc, por nota, disse que o evento policial ocorrido ontem não tem como foco o Poder Legislativo. Segundo a Assembleia, um mandado de busca e apreensão foi cumprido no prédio administrativo da avenida Mauro Ramos, onde foram vistoriados e apreendidos documentos e equipamentos eletrônicos, de uso do diretor de Tecnologia, Nelson Nappi. Por determinação do presidente, deputado Julio Garcia, o diretor foi exonerado do cargo ontem.

De acordo com a assessoria do deputado Julio Garcia ele foi surpreendido pela operação policial e “informa que desconhece inteiramente as razões pelas quais teve seu nome envolvido nas investigações. Assim que tiver acesso e conhecimento integral dos autos e analisá-los, prestará todas as informações necessárias”.

Com relação aos demais investigados, a reportagem não conseguiu identificar os responsáveis pela defesa.

Fonte: ND+

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