O secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou nesta última quinta-feira (29) que o Instituto Butantan terá a capacidade de produzir 1 milhão de doses por dia da Coronavac, vacina contra a Covid-19 feita em parceria com a chinesa Sinovac.
“O Instituto Butantan já tem duas fábricas adequadas para a produção e o envase [da Coronavac]. Com isso, a capacidade é de produzir 1 milhão de doses por dia”, disse Gorinchteyn, em entrevista à CNN.
Questionado sobre quantas doses seriam necessárias para controlar a pandemia no país, ele afirmou que esse número depende de quais vacinas e critérios serão adotados para a vacinação, mas citou como exemplo os parâmetro os usados na imunização contra o vírus influenza, que causa a gripe.
“Quando olhamos o programa voltado apenas para os grupos prioritários, temos cerca de 80 milhões de pessoas, ou seja, seriam necessárias 160 milhões de doses”, afirmou, levando em consideração que a Coronavac é uma vacina aplicada em duas doses.
“Por isso, reforçamos que nossa discussão não é para [ter] uma vacina, mas várias vacinas. Quanto mais vacinas [foram registradas], podermos de uma forma segura imunizar a população do Brasil para que possa voltar ao normal a economia e a saúde”, completou.
Gorinchteyn também afirmou que o governo paulista trabalha com a possibilidade iniciar a vacinação com Coronavac em janeiro de 2021, um atraso em relação aos planos iniciais do governo, que previa a disponibilização do imunizante ainda no fim de 2020.
“Possivelmente, já em janeiro teremos isso, mas é uma estimativa. Vamos aguardar a evolução dos dados para ter segurança e tranquilidade nessa tratativa”, disse.
Na noite da última quarta-feira (28), o diretor-geral do Instituto Butantan, Dimas Covas, também disse à CNN que a vacinação contra o novo coronavírus, com a Coronavac, poderia acontecer em todo o país já no início do próximo ano.
“Temos algumas questões que precisam ser bem definidas. Uma delas é o término da fase 3 do estudo, que pode acontecer a qualquer momento assim que obtivermos o número de voluntários que adquiriram o coronavírus, abrirmos esses dados, e enviarmos para a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]. E estamos lutando para a inserção no Programa Nacional de Imunizações (PNI)”, completou Gorinchteyn.