Bombeiros da Alemanha analisam possibilidade de convênio com o CBMSC

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Uma comitiva formada por quatro profissionais do Instituto de Bombeiros do Estado de Renânia Norte Westfália, na Alemanha, chegou por volta das 9h desta segunda-feira, 16, ao Centro de Ensino do Corpo de Bombeiros Militar, no Bairro Trindade, em Florianópolis. Eles conheceram as atividades desenvolvidas pela corporação e o modelo de atendimento prestado à população catarinense pelo Corpo de Bombeiros Militar.

No local, foram recebidos pelo comandante-geral do CBMSC, coronel BM João Valério Borges, pelo subcomandante-geral, coronel BM Vanderlei Vanderlino Vidal, pelo chefe do Estado Maior-Geral, coronel BM Alexandre Corrêa Dutra, pelo chefe da 1° Região de Bombeiros Militar, coronel BM César Assumpção Nunes, além de outros militares. Logo na chegada, o coronel BM Alexandre Corrêa Dutra entregou a um dos integrantes da comitiva o cabo Alamar, que simboliza o ajudante de ordens, aquele que seria referência da equipe ao longo do dia e que estaria à disposição para auxiliar no que fosse necessário.

Ao final da manhã, eles receberam uma minuta de um convênio para troca de experiências profissionais entre o CBMSC e o Instituto de Bombeiros de Estado de Renânia Norte Westfália, na Alemanha. Durante todo o dia desta terça-feira, 17, os alemães seguem em visitas ao Corpo de Bombeiros catarinense, com viagem a Itajaí, ao 7° Batalhão de Bombeiros Militar para conhecer a estrutura de salvamento aquático.

Importância do convênio

O comandante-geral do CBMSC explica que a visita dos alemães a Santa Catarina pretende impulsionar um intercâmbio de conhecimentos entre as instituições de Bombeiros. O motivo é a similariedade nos modelos de atividades desenvolvidas para atender as demandas da população. “Na Alemanha, eles também têm o Bombeiro do Estado (que seria equivalente ao nosso Bombeiro Militar) e têm o serviço voluntário, em que os municípios arcam com estrutura e equipamentos, enquanto pessoas da comunidade (depois de treinadas pelo estado) atuam de forma totalmente voluntária no atendimento às ocorrências de incêndio,” disse.

Em Santa Catarina, há também dupla modalidade de atendimento: por meio do Estado, com o Corpo de Bombeiros Militar, e com os Bombeiros Voluntários, em que os municípios pagam equipamentos, estrutura e salários para quem atua nas ocorrências. ”Porém, com a entrada em vigor da Lei Kiss, em março do ano passado, o Estado passa a ser o único responsável legal pela área de atividades técnicas, responsável pelas análises de projetos e vistorias para liberação de habite-se e atestados de funcionamentos (alvarás). Nosso interesse hoje é atuar constitucionalmente na área técnica e fortalecer os Bombeiros Voluntários para que, por meio de convênios com o Estado, possam continuar a atuar no atendimento de ocorrências”, disse o comandante-geral, coronel BM João Valério Borges, durante a palestra de apresentação para a comitiva alemã.

Atualmente, em Santa Catarina, o município de Joinville possui a mais antiga corporação de Bombeiros Voluntários do país. O vice-presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Mario Cezar Aguiar, que participou da palestra á comitiva de alemães, disse que, desde que houve a mudança na legislação, os estados brasileiros passaram a ser responsáveis pelo serviço de Bombeiros. “A parceria entre os municípios e o Estado é essencial. Afinal de contas, o objetivo de todos é o mesmo: o bom atendimento à população nos momentos de emergência”, explicou.

O coronel BM Alexandre Corrêa Dutra, chefe do Estado Maior-Geral, também vê como salutar a parceria entre o Estado e municípios no atendimento a situações emergênciais, conforme o modelo alemão adotado. “Nesse sentido, um intercâmbio com o Instituto do Fogo Alemão, para treinamento de profissionais do CBMSC que multiplicariam o conhecimento adquirido entre as comunidades, seria essencial para efetivação desse modelo de integração”, avaliou.

Na Alemanha, uma legislação nacional assegura um tempo de resposta máximo de até 8 minutos para início do controle de uma cena de emergência. O que somente é possível com a interação constante da comunidade. “Em caso de emergências, as pessoas da comunidade, que já estão treinadas e mapeadas para atenderem a determinadas áreas, recebem um sinal sonoro. Elas têm de se dirigir ao quartel, colocar EPI e fazer os procedimentos de segurança necessários para controle da situação. Somente assim, seria possível cobrir uma área tão vasta”, explicou o tenente-coronel Alexandre da Silva, assessor do chefe do Estado Maior-Geral, que acompanha os alemães.

Almoço da Ilha dos Guarás e visita à Defesa Civil

Ao final da palestra, o comandante-geral repassou à comitiva uma minuta do acordo que se pretende celebrar para avaliação até o final da estada em Santa Catarina. Após conhecerem a estrutura do Centro de Ensino Bombeiro Militar, os alemães se dirigiram para um almoço de confraternização na Ilha dos Guarás. O secretário de Estado da Segurança Pública, Alceu de Oliveira Pinto Junior, e demais autoridades, participaram da recepção.

Integram a comitiva que visita Santa Catarina: o chefe e os gerentes de Departamento e Executivo, do Instituto de Bombeiros de Estado de Renânia Norte Westfália, Berthold Penkert, Peter Strickmann e Yannick Ngatchou, respectivamente, e o chefe do Corpo de Bombeiros da cidade de Münster, Gottfried Wingler-Scholz.

Na parte da tarde, conheceram o Grupamento de Busca e Salvamento e o Centro Integrado de Gerenciamento e Resposta a Desastres da Defesa Civil de Santa Catarina.

Nesta terça-feira, eles seguem para Itajaí onde conhecerão a estrutura de salvamento aquático do 7° Batalhão de Bombeiros Militar e o modelo de atuação dos guarda-vidas civis adotados pelo CBMSC. Na quarta-feira, 18, visitarão o 3° Batalhão de Bombeiros de Blumenau e seguirão para Pomerode, considerada a cidade mais alemã do país.

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