Bebianno diz que ‘não tem crise nenhuma’ no governo mas que não sabe se ficará no cargo

Em entrevista exclusiva à TV Globo, ministro falou que conversará com Bolsonaro. Bebianno tem enfrentado forte pressão dentro do Planalto após críticas de um dos filhos do presidente.

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Em entrevista exclusiva à TV Globo, ministro falou que conversará com Bolsonaro. Bebianno tem enfrentado forte pressão dentro do Planalto após críticas de um dos filhos do presidente.

Gustavo Bebianno enfrenta uma crise envolvendo Carlos Bolsonaro, um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro. Nesta quarta (13), o vereador do Rio divulgou um áudio do pai para dizer que é uma “mentira absoluta” que Bebianno tenha conversado com o presidente na terça (12).

A publicação de Carlos foi compartilhada pelo presidente, horas depois. Em uma entrevista, Bolsonaro disse ser “mentira” que tivesse falado sobre o assunto com Bebianno.

Desde então, há pressão no Palácio do Planalto pela demissão de Bebianno, em razão da crise entre o ministro e o filho do presidente.

Ao deixar o Palácio do Planalto para almoçar, Bebianno foi questionado pela reportagem da TV Globo sobre uma suposta crise no governo e respondeu: “Para mim, não tem crise nenhuma”.

O ministro, que estava acompanhado da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), disse também que não sabe se permanecerá no comando da pasta. “Estou aqui, não estou?”, disse o ministro ao ser indagado sobre o assunto.

Diante de nova pergunta sobre o tema, ele afirmou:

“Não sei. Quem é que sabe, né?”.

A reportagem também questionou o ministro sobre o fato de Bolsonaro ainda não tê-lo chamado para conversar – Bebianno chegou a conversar com os ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo).

“É lógico que a gente vai conversar”, afirmou o ministro. Questionado sobre a data do encontro com o presodente, Bebianno respondeu: “Não sei”.

De acordo com o colunista do G1 Gerson Camarotti, Bebianno deixou claro a interlocutores que para deixar o cargo terá que ser construída “uma saída honrosa” pelo governo. O ministro também fez um desabafo com integrantes do governo. “Não se dá um tiro na nuca do seu próprio soldado. É preciso ter um mínimo de consideração com quem esteve ao lado dele o tempo todo”, alertou.

A crise no PSL

No último fim de semana, o jornal “Folha de S. Paulo” informou que o PSL repassou R$ 400 mil a uma candidata a deputada federal de Pernambuco que recebeu 274 votos, quatro dias antes da eleição. Ainda segundo o jornal, o repasse foi feito no período em que Gustavo Bebianno era presidente do partido.

De acordo com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, a Polícia Federal investigará as suspeitas de irregularidade nos repasses.

A controvérsia agravou-se quando Carlos Bolsonaro desmentiu o ministro da Secretaria Geral da Presidência em uma rede social, depois de este dizer que havia conversado com o presidente sobre o caso.

Para sustentar o que chamou de “mentira”, o filho do presidente divulgou uma gravação em áudio do pai na qual ele supostamente conversa por telefone com Bebbiano. A gravação reproduz somente a voz de Bolsonaro.

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