Austrália pede que 250 mil deixem suas casas por causa de riscos de aumento dos incêndios

De acordo com as autoridades, as próximas horas podem ser "muito, muito desafiadoras", mesmo com chuva em algumas partes do país.

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A Austrália pediu que 250 mil pessoas deixem suas casas nesta sexta-feira (10) devido aos riscos de incêndios ainda mais intensos, informou a agência de notícias Reuters.

O país está preparando apoio militar para a operação. De acordo com as autoridades, as próximas horas podem ser “muito, muito desafiadoras”, mesmo com chuva em algumas partes do país.

O fogo já devastou mais de 10,3 milhões de hectares de terras. Desde outubro, 27 pessoas morreram e milhares foram retiradas de casa. Em busca de água, camelos selvagens têm se deslocado pelo país e invadido comunidades. Autoridades australianas afirmaram que vão abater até 10 mil desses animais para conter a invasão

Agentes de defesa estão de prontidão para avançar sobre terrenos em chamas se as condições se tornarem extremas, disse o primeiro-ministro, Scott Morrison, a repórteres, tendo em conta que as temperaturas em elevação e os ventos criam circunstâncias perigosas.

“Mesmo com chuva em Melbourne, mesmo com a previsão de condições melhores na semana que vem, ainda há muito pela frente neste que está sendo um evento de incêndio inédito… e, é claro, sabemos que ainda temos muitas semanas da temporada de incêndios”, disse Daniel Andrews, o premiê do Estado de Vitória, em um briefing televisionado.

Riscos de mais incêndios
As próximas horas serão “muito, muito desafiadoras”, afirmou Andrews. Embora a previsão diga que os ventos devem se desviar até a manhã de sábado (11), Andrews pediu aos moradores que se mantenham em estado de alerta e deixem a comunidade “se forem orientados a fazê-lo”.

As autoridades enviaram mensagens de texto de emergência a 240 mil pessoas em Vitória instruindo-as a partir. Pessoas em regiões de risco alto de Nova Gales do Sul e Austrália do Sul também foram exortadas a pensar em sair, mas as autoridades não disseram quantas.
Na cidade litorânea de Eden, em Nova Gales do Sul, onde a situação de alerta foi alterada para “observar e agir” na manhã desta sexta-feira, a fumaça preenchia o horizonte enquanto os ventos sopravam fumaça e cinzas.

Shereen e Kim Green, que vivem em uma fazenda com três casas e 50 cabeças de gado nos arredores de Eden, se apressavam para encher dois tanques de água de mil litros.

“Isso é para apagar os focos de incêndio, e passaremos a noite de pé para defender nossa propriedade”, disse Shereen enquanto o vento sacudia sua SUV. “Estamos aproveitando a oportunidade enquanto podemos”.

Sentado sob a torre do relógio da cidade, o morador Robyn Malcolm disse: “Se tudo der errado, vamos correr para o cais e entrar em um rebocador”.

8 de janeiro – Um bombeiro controla uma queimada perto de Tomerong, na Austrália, em um esforço para conter um incêndio maior que acontece em um local próximo — Foto: Rick Rycroft/AP
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